SAF do Botafogo se defende em ação da Eagle e fala em 'asfixia financeira': 'risco de colapso é elevadíssimo'
Por Nelson Lima Neto
Fonte: O Globo
A SAF do Botafogo apresentou na noite desta segunda-feira, à Justiça do Rio
de Janeiro, sua manifestação diante do pedido de liminar da Eagle Football
Holdings, que busca anular movimentos societários feitos por John Textor,
como a criação de uma nova empresa nas Ilhas Cayman para gerir as ações do
clube-empresa.
Segundo a sociedade anônima que comanda o futebol do Alvinegro, a Eagle
vem adotando medidas que configuram uma “tentativa velada de asfixia
financeira” do clube.
A defesa também aponta que, além de descumprir obrigações, a Eagle tem
buscado inviabilizar o fluxo de caixa necessário para o funcionamento do clube,
o que representa um risco à continuidade das atividades. A SAF do Glorioso é
representada pelos escritórios Basilio Advogados, Salomão Advogados e Fux
Advogados.
Isso se justificaria com a impossibilidade de transferir as ações da SAF para as
Ilhas Cayman, onde Textor promete capitalizar algo em torno de 100 milhões
de euros para manter as operações do Botafogo em dia.
"(...) não existe qualquer ilegalidade na diluição da participação acionária
derivada de eventual aumento de capital; o que deve ser aferido, na realidade, é
se o respectivo aumento capital era (ou não) justificável e necessário", diz a
SAF, que continua:
"trata-se, enfim, apenas de dinheiro novo, que seria injetado por novos
investidores, ainda que mediante captação de John Textor. E não importa,
notadamente em virtude do alto grau de necessidade e urgência, o veículo
empresarial que será utilizado para injeção de novos recursos em prol da SAF
Botafogo, mas apenas que esses valores sejam transferidos, à disposição da
administração atual. Sem isso, o risco de colapso é elevadíssimo".
Como noticiado pelo GLOBO dias atrás, A Eagle acusa Textor de tentar tomar
o controle da SAF do Botafogo por meio de uma manobra financeira que
envolve a emissão de novas ações, a conversão de dívidas em participação
societária e o uso do próprio patrimônio do clube como instrumento de poder.